O I Ching ou Livro das Mutações é um antigo texto chinês usado como oráculo para encontrar respostas a questões humanas. O livro consiste de 64 “hexagramas,” cada um consistindo de 6 linhas partidas ou não. (Sessenta e quatro é o número de combinações possíveis das linhas.) As linhas representam 2 princípios cósmicos do universo, yin e yang. Yin (lua) é o principio passivo, feminino. Yang (sol) é o principio ativo, masculino.
O I Ching é consultado usando moedas. A cada moeda é atribuído um numero. As moedas são lançadas e os numeros adicionados para determinar o hexagrama. Contudo, hoje podemos consultar o oráculo até pela internet.
Os Hexagramas: O estudo dos hexagramas ajuda você a compreender melhor seus estados de consciência, mas por si só, eles não podem e nem devem ser a única referência para suas decisões existenciais e escolhas que você venha a tomar. É feita toda uma correlação entre o mundo interior e o mundo exterior onde as primeiras três linhas do hexagrama (começando a contagem de baixo para cima) constituem o trigrama inferior e simbolizam o mundo interior. O trigrama superior simbolizam o mundo exterior. O trigrama inferior representa sua atitude em direção à motivação; o trigrama superior representam uma atitude em direção à intenção. Existem 64 possíveis combinações de seis linhas Yang (inteiras) e/ou Yin (partidas).
Este sistema foi criado pelos Chineses para ajudá-lo a alcançar o seu estado criativo a partir de um alinhamento apropriado de suas atitudes internas e externas. Portanto o I Ching é mais um Oráculo para ser consultado usando um processo de seleção randômica para se escolher um dos 64 hexagramas para responder a uma pergunta feita.
Consultando o I Ching: O processo de consulta inicia-se com a formulação de uma pergunta prática de sua vida real que envolva um problema que você esteja enfrentando ou uma decisão que você deve tomar. Definindo a sua pergunta claramente, facilitará a leitura para que ela seja relevante à sua situação. É melhor ser preciso e pouco vago. Após formular a pergunta e selecionar o hexagrama este lhe dará uma idéia de como deverá ser sua ação e qual deverá ser sua atitude interna.
As seis linhas de cada hexagrama se referem aos sete estados de consciência (quatro funções e três reinos) com a supressão da função do meio, que é a vontade. Portanto a primeira linha representaria a sensação, a segunda o pensamento, a terceira o sentimento, a quarta o corpo, a quinta a alma e a sexta o espírito. Usando a terminologia Confuciana, a primeira linha(ao fundo do hexagrama) é a linha da sensação, chamada de “a causa externa”. A sexta linha (no topo), a linha do espírito, que é o “resultado”. Esta sexta linha, como a primeira também não depende de sua consciência. A segunda linha é o “oficial”; a quinta “o príncipe”; a terceira ” é a sua motivação que o levará à quarta linha que é o Karma.
Este sistema randômico é extremamente poderoso e efetivo pois te conecta com o TAO. O hexagrama selecionado lhe servirá de guia para qual sua atitude deve ser com relação à sua questão em particular. A lei que rege esta relação entre o interno e o externo é o que C.G. Jung chamou de “Sincronicidade”; uma relação de princípio acausal que liga a sua realidade física à seu próprio inconsciente.
Surgimento do I Ching: o mais antigo sistema de adivinhação na China data da dinastia Shang. Consistia em esquentar os ossos de animais no fogo e estudava-se as rachaduras produzidas neles, para se descobrir a época exata para se fazer um sacrifício. Traços desta prática antiga ainda está presente em quatro dos ideogramas mais antigos do I Ching: Yuan, Heng, Li, Chen. Eles possuem um enorme leque de significados e associações – eles representam as quatro estações, e também as qualidades de fundamentabilidade, sucesso, competência e perseverança. Em seu primeiro uso, entretanto, esta frase parecia significar ‘o início de uma comunicação bem sucedida com os espíritos; perguntar mais seria ajustar-se a um nível mais profundo”. na verdade, esta prática nos mostra os princípios mais básicos da adivinhação Chinesa. Os cascos das tartarugas eram usados também, da mesma forma que os ossos dos animais, para produzirem padrões de rachaduras para os adivinhadores interpretar. Mas os cascos das adivinhações antigas podiam ser guardados para referências futuras – e neste ponto os adivinhadores antigos começaram a inventar a escrita. Imagens eram gravadas nos cascos como um registro do que foi perguntado, e que resultado se obteve. Os arquivos remanescentes mostram que o oráculos da tartaruga era consultado para questões de estado.: guerra, propostas de casamento, o nascimento de uma princesa. A partir de 1.000 AC, até um pouco depois da dinastia Chou ser fundada, os textos do I Ching como nós conhecemos começaram a ser escritos. Eles provavelmente vieram de uma tradição antiga oral, portanto é difícil estabelecer a mais antiga camada do I Ching. Foi também nesta época que o método dos palitos para a adivinhação foi criado. Isto pode muito bem ter sido, pelo menos em parte, uma resposta ao perigo de extinção das tartarugas. Este método teve um efeito de tornar a adivinhação mais fácil, mais prático e mais disponível. O que havia sido uma prerrogativa de imperadores começou a se espalhar por toda a China popular.
O I Ching não é somente um livro: é uma conversação entre inúmeras gerações de questionadores, por mais de mil anos, e o espírito que fala através do livro. A conversa continua, com cada pergunta revelando novas fronteiras e padrões de significados. A necessidade pelo I Ching é mais sentida em tempos de mudanças radicais – e ele responde a uma necessidade profunda de nossa era.
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