ELIZA SAMUDIO E A PERDA DOS INSTINTOS NATURAIS

Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno do Flamengo, está morta. É o que garante a polícia responsável pela investigação do desaparecimento da moça. O principal suspeito é Bruno que parece nunca ter se conformado em ser pai de uma criança nascida do ventre de Eliza. O passado da moça revela que ela costumava sair com vários jogadores de futebol e que fez pelo menos um filme de sexo explícito. Uma coincidência chama a atenção: nem ela, nem Bruno foram criados por suas mães. A falta de uma mãe, nesse caso de duas, pode ter sido uma das causas de toda esta tragédia? Acredito que sim, pois Eliza não teve uma mãe que lhe ensinasse a farejar os perigos. Faltou para ela uma figura materna que lhe mostrasse que precisamos sair para caçar mas que não podemos tirar os olhos de possíveis predadores. Não acredito que seja arriscado afirmar que Elisa não aprendeu a gostar dela mesma: os especialistas são uníssonos em afirmar que a criança aprende a gostar de si própria através do olhar amoroso da mãe ou de outro adulto que assuma esse papel; assim,  consequentemente, faltou-lhe amor próprio e sobrou inconsequencia. Ao receber um chamado de seu algoz, Eliza não farejou o cheiro de sangue, preferiu continuar com a ilusão de que tudo se resolveria e que ela e o filho seriam acolhidos, afinal, a moça vivia de favores na casa de amigas. Tivesse mais faro não teria optado por se envolver com um homem violento como Bruno, tivesse seus instintos intactos não cairia no conto do lobo vestido em pele de cordeiro. Já Bruno foi abandonado ainda pequeno pela mãe, será que ele teve condições para aprender a amar/admirar/respeitar as mulheres? Será que ele tinha valores que lhe dessem suporte emocional para saber lidar com o enriquecimento repentino sem se deixar aniquilar por um poder que ele julgou absoluto?
Muito triste a vida desses dois seres humanos: Eliza atraída para a morte, enterra literalmente todos os seus sonhos aos 25 anos de idade. O goleiro, tão jovem quanto ela, sepulta uma carreira que poderia ter sido de muitas glórias. Resta apenas uma esperança: que a vida do pequeno filho de Bruno e Eliza, hoje com quatro meses de idade, não se perca no meio do horror. Ainda que a “coincidência” novamente se repita, pois o menino também não será criado pela mãe, prefiro acreditar que essa criança encontrará adultos fortes e maduros o suficiente para que, apesar de toda a narrativa trágica e sórdida de seus pais, consiga reescrever sua própria história, num daqueles lances com os quais a vida sempre nos surpreende e que chamamos de SUPERAÇÃO.

Escrito por

Psicoterapeuta Junguiana pós-graduada pela FACIS e IJEP e Expertisse em Terapia Floral de Bach.

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