Entendo a melancolia como um sentimento universal e visceral, ou seja, todos sentimos uma certa melancolia, vez ou outra (diferentemente da depressão como sintoma de doença). Algumas pessoas sentem mais, outras sentem menos, muitos não conseguem aceitar a própria melancolia e buscam os vícios como formas de amenizar ou mesmo esconder a própria dor. Outros não conseguem ter contato com essa melancolia pois se esforçam para mantê-la insconsciente, aprisionada, como é o caso dos materialistas extremados, por exemplo. Penso que é importante entrar em contato com nossa melancolia, percebê-la, senti-la, mas principalmente buscar respostas para ela, sem se deixar ser tragado. A minha melancolia não é igual a sua e nem tem a mesma causa.
Há quem busque por respostas em escolas filosóficas, herméticas ou mesmo através da religiões ou seitas, o importante é que a busca seja feita. No meu caso, quando resolvi encarar minha própria dor fui fazer psicoterapia, o que infinitamente me ajudou. Com a terapia passei a compreender fatos que, racionalmente, eu achava que já estavam resolvidos quando, na verdade, estavam encobertos embaixo de camadas e camadas de racionalizações. Eu vejo a Psicoterapia como uma escavação: você em conjunto com seu Terapeuta irão escavar um terreno rico e fértil, porém, nem sempre esse processo será fácil e indolor, daí muita gente preferir sofrer anos a fio do que encarar o setting.
Por outro lado, acredito que quando estamos realizando a missão de nossa alma, a melancolia fica um pouco de lado e passamos a sentir ENTUSIASMO.
No meu caso, hoje, o que mais me dá alegria, fé, esperança e confiança no Universo e na própria Divindade é saber que estou nadando a favor da corrente. Lutando por meus ideais e por meus sonhos verdadeiros, sei que posso olhar nos olhos do meu filho ou mesmo da criança que um dia eu fui e não sentir vergonha da minha história. Enquanto nossos trabalhos, relacionamentos e atitudes, forem baseadas em ideais egóicos (EGO) pouco restará para que a alma (SELF) alcance a realização.Namastê!